"O desejo era sua própria recompensa"
"Em geral, lamenta-se o fato de um desejo não ter sido realizado. No entanto, talvez o bem mais precioso fosse o desejo em si, não sua realização. O desejo era sua própria recompensa, além de ser um luxo mais raro do que se podia supor. Às vezes, podia-se comprar o que se queria, mas nunca se poderia comprar o querer. Embora talvez fosse possível sufocar o desejo, virar-lhe as costas, o processo não parecia funcionar no sentido inverso, isto é, o sujeito não podia fazer-se ansiar por algo, quando claramente não ansiava. Era o desejar que Irina queria. Ela queria querer, ansiava por ansiar".
{Lionel Shriver, em 'O mundo pós-aniversário'}
A citação de hoje me fez lembrar de um dos poemas mais inspirados da Adélia Prado: “Não quero a faca, nem o queijo. Quero a Fome!”.
Às vezes, eu me sinto como elas, como Adélia e Irina: com um vazio no lugar onde deveria estar o desejo.
Quando isso acontece, tudo mais se esvazia também.
O sentido, o porquê, o propósito.
O cancioneiro popular avisa: “É pelos sonhos que vamos”.
Sem sonhos, é o Gato de Cheshire quem aparece: "Se você não sabe para onde ir, qualquer caminho serve".
De repente, qualquer caminho serve. Qualquer vida serve. Qualquer rumo é rumo.
🌌 É incrível como nosso subconsciente vai mandando recados, não?! Essa tirinha aqui, eu já salvei antes mesmo de perceber o vazio crescendo em mim.
🏜 Eu também salvei essas imagens do fotógrafo e astrônomo Stephen Strom. O que você sente ao olhar para elas? Paz? Angústia? Solidão? Me deixe saber comentando aqui. O que eu sinto é um quase um chamado.
🎇 O mesmo que eu sinto, aliás, com os vídeos do Hugo Johnson.
🌅 Eu sei, eu sei. A News de hoje ficou meio deprê. Mas é só para fazer pensar na importância do desejo mesmo. O bom sobre o vazio é que, como tudo mais, ele passa.
Até segunda que vem. 💜