“Tratava-se de mendigar amor, esse monstro espantoso. Tudo se reduzia, no fundo, à febre do amor. Pedir amor, suplicar por ele de mil maneiras, com as astúcias mais egoístas e mais falsas que se pudessem conceber, valia de tudo”.
{Camila Sosa Villada, em ‘O parque das irmãs magníficas’}
Como você percebeu, esta news está em obras.
Eu também. E isto é um segredo meu: tudo o que eu faço é só um reflexo do que pulsa aqui dentro. Estou, portanto, em um processo de reconstrução. Ou, antes, de fazer rascunhos do que espero para este ano novo que chegou. Por isso, não repare nas plantas espalhadas pelo chão e nos tijolos pelo caminho. Tudo é parte do processo.
É que não é fácil para mim esperançar. Assim, estou me concentrando mais em assentar ainda o que aprendi em 2023. Precisamos de bases sólidas por aqui.
Nesse sentido, quem visitou meu perfil no Insta hoje cedo deve ter visto esta mesma citação, vinda de um dos meus livros favoritos do ano passado. O que ela ensina faz parte do que aprendi e preciso levar para 2024.
E você, já se perguntou por que é tão difícil amar?
Por que nós nos frustramos tanto nas nossas relações?
Por que nos sentimos sempre tão vazios, tão incompletos, tão insatisfeitos?
Eu me perguntei muito isso ao longo da vida, enquanto me sentia odiado por quem - dizem - deveria me amar incondicionalmente. E não encontrei uma resposta definitiva. Mas esse último ano me trouxe uma suspeita. Uma suspeita que me assombra, que me angustia, que me desafia.
E eu suspeito que, no fundo, nós não sabemos amar. Que nós não entendemos o que é o amor. Que nós o confundimos com outras coisas. Coisas que nos fazem mal, que nos fazem sofrer, que nos fazem mendigar afeto.
Nós confundimos o amor com a dependência. Com a necessidade de ter alguém que nos complete, que nos preencha, que nos salve. Assim, nós nos tornamos escravos dos outros, dos seus desejos, dos seus caprichos, dos seus humores. Nós nos anulamos, nos sacrificamos, nos entregamos e nos perdemos. No fim, por nada.
Nós confundimos o amor com a carência. Com a falta de amor-próprio, de autoestima, de autoconfiança. Nós nos sentimos inferiores, inadequados, indesejados o tempo todo. Por isso, nos humilhamos, nos rebaixamos, nos diminuímos, nos vendemos e trocamos por um elogio qualquer ou um abraço de vez em quando.
Nós confundimos o amor com a ilusão. Com a fantasia de que alguém vai nos fazer felizes, de que alguém vai nos entender, de que alguém vai nos aceitar ou, pelo menos, nos acolher como somos. Nós nos enganamos, nos iludimos e nos decepcionamos exatamente assim.
Nós confundimos o amor com o egoísmo. Com o desejo de possuir, de controlar, de manipular. Nós nos tornamos ciumentos, obsessivos, agressivos. Nós sufocamos, machucamos, ferimos, destruímos quem mais juramos amar.
Nós confundimos o amor com tantas coisas, que acabamos esquecendo o que ele realmente é. O amor que nos escapa, que nos falta, que nos evade.
O amor que é liberdade, que é respeito, que é compreensão. O amor que é generosidade, que é doação, que é gratidão. O amor que é admiração, que é inspiração, que é criação.
Esse é o amor que nós precisamos reconhecer.
Esse é o amor que nós precisamos aprender.
Esse é o amor que nós precisamos vivenciar.
Mas como chegar a ele?
Como mudar a nossa forma de amar?
Como deixar de confundir o amor com outras coisas vãs?
Como encontrar o amor que nos escapa?
No meu caso, parece clichê, eu sei, mas foi só parar de procurar fora.
Foi só desistir de esperar que alguém me salvasse.
Foi só assumir que ninguém tem a obrigação de fazer por mim o que eu mesmo não conseguia fazer até então: me amar.
Para se livrar das ilusões, para parar de procurar pelo que não é amor, você precisa aprender a reconhecer esse sentimento muito bem. E você só vai conseguir fazer isso, juro, quando ele estiver dentro de você, pulsando.
Só quando você conhecer o amor que nasce do seu próprio peito e se espalha por dentro, o amor que completa, que acalma, que faz vibrar e crescer, você vai entender o que ele é de verdade. Sem mendicâncias e sem armações.
Meu maior aprendizado de 2023 foi este: descobrir que o amor começa em mim. Que só posso amar o outro se me amar primeiro. Que só posso ser amado se me mostrar inteiro. Que só posso ser feliz se me libertar do medo.
Aprendi que o amor não se implora, não se exige, não se cobra.
Que o amor se oferece, se recebe e se agradece.
Descobri que o amor não é uma ilusão, mas uma realidade.
Que o amor não é uma dependência, mas uma escolha.
Que o amor não é uma carência, mas uma plenitude.
Que o amor não é egoísmo, mas generosidade.
Esse é o amor que eu busco.
Esse é o amor que eu vivo.
Esse é o amor que eu compartilho hoje com você.
E espero que você possa cultivá-lo bem em 2024.
Você merece, eu sei.
🌻 Se esta news fosse um vídeo, seria este.
☄️ Uma recomendação para o fim do mundo.
🙀 A vida do criador de conteúdo.
🩵 Que lindeza de quadro!
💚 Este também!
😸 É cedo para eu pedir meu presente de aniversário (que é em dezembro)?
4. Fazer um pix de qualquer valor para: vinicius.linne@gmail.com.
Inclusive, na semana passa rolou uma news linda, especial e exclusiva para quem contribuiu em 2023. Não fique de fora da próxima. 🤎
Até segunda que vem e cuidado com os andaimes na saída.
Bombou no Insta esta semana:
Linné, seu texto está ótimo. Bem escrito, com a leveza e a profundidade necessárias para falar deste sentimento tão difícil de descrever, mas tão essencial à vida! Valeu!!