"Havia apenas um ano, era uma mulher satisfeita, útil e diligente, que nunca tinha ouvido falar de Ambrose Pike, e agora sua existência tinha sido destruída por ele. Essa pessoa havia chegado, ele a iluminara, ele a encantara com noções de milagre e beleza, ele a entendera e ao mesmo tempo entendera mal, se casara com ela, partira seu coração, olhara para ela com aqueles olhos tristes e desesperançados, aceitara seu banimento e agora estava longe. Que coisa dura e atordoante era a vida - que fosse possível tamanho cataclismo entrar e sair a tal velocidade e deixar para trás tamanha ruína!".
{Elizabeth Gilbert, em “A assinatura de todas as coisas”}
É incrível o quanto sabemos pouco da vida.
Cada vez que o telefone toca, cada vez que alguém bate à porta, cada vez que esbarramos em alguém na rua, pode começar algo que mudará nossa vida inteira.
E isso assim: sem aviso, sem data marcada, sem grandes expectativas.
A vida não espera para acontecer só nos grandes eventos. Nos casamentos e funerais. Não. Ela acontece nas pequenas mudanças do dia a dia, nos encontros e desencontros, nos contratempos.
A vida acontece naquela festa que você não estava a fim de ir, mas foi de qualquer jeito. E lá você conheceu alguém. O papo fluiu e, de repente, você já estava sorrindo à toa.
A vida acontece no livro que você é obrigado a ler para a escola e que desperta seu gosto para um universo inteiro de palavras. Anos depois, lá está você, doutor em Literatura.
A vida acontece na viagem que você cancelou de última hora e no acidente que os outros sofreram no caminho.
A vida acontece numa música que primeiro faz você chorar uma tarde inteira e, depois, decidir parar de ser trouxa.
A vida acontece nos detalhes.
Nas ligações perdidas, nas filas de banco, nos sapatos desamarrados, nos pontos de ônibus.
A vida acontece nos olhares trocados.
Nos bilhetes da escola, na coberta compartilhada, no almoço diário com o mesmo colega de trabalho.
A vida não é revolucionária. Não sempre, pelo menos. Ela é sutil e essa é sua beleza. Ela vem mansa, ela cria sincronicidades bonitas e, quando menos esperamos, somos outros já. Mudamos completamente. Por um detalhe, uma vírgula, uma pausa, um e-mail qualquer, que chega na segunda de manhã.
Numa hora, somos estranhos; na outra, já não podemos viver um sem o outro.
A vida acontece nessa rede complexa e bonita, que vamos tecendo juntos.
Por isso, desejo que você possa estar cada vez mais consciente do quanto as delicadezas importam e de como elas transformam tudo que tocam.
No mais, me conte aqui: qual detalhe já mudou sua vida inteira?
🏖 Já que a existência é assim, imprevisível, se entregue mais.
🌵 Você também sente um calorzinho no peito ao ver nossa cultura ser valorizada na arte?
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Obrigada pelas dicas de inspiração, seu texto inteiro inspira ❤️