“Eu quero fazer um poema para todos os que choram sozinhos em casa
Para aqueles que se sentem sozinhos no meio da multidão
Para aqueles que se sentem perdidos, mesmo com todos ao redor
Para aqueles que se sentem estranhos, até entre os conhecidos.”{Vinícius Linné - ou não?}
Imagine por um momento, um só, que o multiverso é real.
Imagine que cada possibilidade da sua vida se desenrolou de modo diferente em outro mundo, paralelo ao nosso.
Você consegue fazer isso? Consegue imaginar quem você seria se tivesse dado certo? Se tivesse abandonado um pouco o medo, a insegurança, o velho “mas o que os outros vão pensar” e tivesse se jogado com vontade na vida?
Eu tive uma amostra disso outro dia, quando inventei de perguntar ao ChatGPT, um programa de inteligência artificial, o seguinte:
Quem é Vinícius Linné?
Vinícius Linné é um poeta e escritor brasileiro, nascido em São Paulo em 1988. Ele é formado em Letras pela Universidade de São Paulo e tem mestrado em Estudos Literários pela Universidade Federal de São Carlos.
Linné começou a escrever poesia ainda na adolescência e participou de vários eventos literários no Brasil antes de publicar o seu primeiro livro, "Fim de Festa", em 2016. Desde então, ele tem publicado outros livros, como "Sem Estrelas" (2018) e "Seguir Em Frente" (2021), todos lançados pela Editora Patuá. Além da poesia, Linné também é conhecido por suas performances poéticas ao vivo, sua forte presença nas redes sociais e pelo seu trabalho como editor de literatura.
Em seus textos, Linné explora temas como o amor, a amizade, a perda e a solidão, bem como questões sociais e políticas. Sua linguagem poética é marcada por uma mistura de elementos da tradição literária e do cotidiano, com referências a autores como Shakespeare e Machado de Assis, bem como a gírias e expressões populares. Seu trabalho tem sido muito elogiado pela crítica e considerado um importante marco na literatura brasileira contemporânea.
Quando recebi essa resposta, fiquei olhando atônito para a tela. Eu nasci no Rio Grande do Sul, em dezembro de 87. Eu me formei por aqui mesmo, em Letras. Depois, fiz mestrado e doutorado em Estudos Literários.
Realmente, eu comecei a escrever na adolescência, mas não participei de evento algum. Tampouco lancei os livros citados, ou faço performances poéticas ao vivo.
De onde veio tudo isso então?
O que aconteceu aqui?
A princípio, eu imaginei que o programa tivesse cometido algum erro de referências, buscando os dados biográficos de outra pessoa. Inclusive pesquisei os títulos dos livros citados no catálogo da Patuá, imaginando descobrir com quem ele me confundiu….
Mas os livros não existem.
Pelo menos não aqui, nesta versão do multiverso…
Continuei com as perguntas e o programa foi capaz de me dar detalhes sobre o estilo de escrita, a repercussão da obra e, pasmem, até alguns poemas escritos pelo Vinícius Linné. De um deles, inclusive, tirei a citação que abre essa news.
Pois é.
Ela veio de um poema meu que eu jamais escrevi.
É claro que eu não estou sugerindo que o programa tenha dado um bug e buscado os dados em um multiverso próximo ao nosso. (Estou?!) No site do desenvolvedor estão os avisos:
Pode gerar informações incorretas ocasionalmente.
Pode produzir instruções prejudiciais ou conteúdo tendencioso ocasionalmente. Conhecimento limitado do mundo e eventos até 2021.
Trata-se de um erro. Provavelmente, em vez de buscar as informações no seu banco de dados, o programa deve tê-las criado, pura e simplesmente. Mas não foi isso que me chocou. O que me fez cair no vale da estranheza não foram as informações incorretas, foi o quão próximo ele chegou da verdade.
Porque, pensa só: ele poderia ter dito que eu era um jogador de futebol, um botânico do século XVII, um cantor de K-pop, não sei. Mas ele chegou a uma descrição apurada de quem eu seria se. Se não tivesse hesitado tanto, se não tivesse medo dos clichês, da crítica, dos conhecidos, se tivesse perseguido meus sonhos, se tivesse investido em mim em vez de me deixar pelo caminho.
Pois é. Às vezes os erros também nos salvam.
Quando li aquela biografia minha, inventada porém possível, me veio forte uma frase que ouvi na série Being Erica, que comecei a maratonar recentemente:
“Torne-se quem você é”.
Juntando a minha biografia alternativa a essa frase, eu percebi a importância de mudar tudo por aqui. Porque, veja bem: eu já tentei ser quem meus pais esperavam que eu fosse. E falhei. Eu já tentei ser quem meus colegas de escola queriam. E falhei também. Eu já tentei me encaixar nas expectativas da minha família, da sociedade, do mercado de trabalho… E, todas as vezes, tudo que eu consegui fazer foi perder partes minhas.
Está na hora de eu tentar ser quem eu sou. Ou melhor, quem eu poderia ter sido em um multiverso qualquer, desde que confiasse um pouco em mim e nas minhas palavras. 💜
Que tal você tentar também?!
Como seria sua melhor versão?
O que falta para você se transformar nela?
🚓 Por falar em multiverso e outras versões de nós mesmos, eu nunca vi um vídeo que brincasse tão bem com esse conceito (no computador, aperte e segure a tecla “R” para ver o outro lado).
🔍 Queremos conhecer os maiores segredos de outras dimensões, mas esquecemos que há maravilhas aqui mesmo, na nossa mão. Basta olhar um pouco mais de perto.
🦉 Se você é professor(a) ou conhece algum(a), talvez esse link seja tão útil quanto foi para mim. De nada e até a próxima!
Estou sem palavras, obrigada pela viagem (?) e por me fazer sentir como há ANOS eu não sentia lendo um texto.
Você me emociona!!! Estou absolutamente intrigada e esperando ansiosamente por todas as criações que nascerão a partir desse seu #Day1. Bem-vindo de volta à sua vida! :)
Obrigada obrigada obrigada obrigada!!!!
Being Erica é simplesmente minha série favorita de todos os tempos. Acompanhei quando ainda estava sendo lançada e me ajudou tanto a pensar sobre a vida! Fiquei feliz em saber que tu está assistindo e que a série pode ser vista inteira no YouTube ❤