"O coração das pessoas não está unido apenas pela harmonia".
"O coração das pessoas não está unido apenas pela harmonia. Pelo contrário, ele está unido profundamente pelas feridas. Está ligado pela dor, pela fragilidade. Não há silêncio sem grito desesperado, não há perdão sem derramamento de sangue, não há aceitação sem travessia por uma perda dolorosa. É isso o que há no fundo da harmonia verdadeira.”
{Haruki Murakami, em ‘O incolor Tsukuru Tazaki e seus anos de peregrinação’}
Toda vez que eu tento ser bonito e delicado, alguém me esfrega a cara no asfalto.
“Você vem falar em arte, em beleza, em poesia, no meio disso tudo? Olha o governo! Olha o estado desse país! Olha a miséria do povo! Seu alienado!”.
Eu olho. Eu sinto. E me pesa a ponto de quase me enlouquecer.
É por isso que eu sei que precisamos de arte, de beleza, de poesia. Porque elas são não a alienação, mas o antídoto. Estamos todos doídos, feridos e frágeis. E toda dor exige consolo. Toda guerra exige uma trégua. Todo monstro precisa ter também uma princesa, de preferência guerreira, claro! Mas uma princesa.
É o sublime que nos faz lembrar de que podemos ser mais do que bárbaros. São os destruidores que nos unem na construção de algo novo, algo bonito, algo frágil, que será destruído também, no fim, para que outros reconstruam tudo.
Sempre e de novo.
Destruição e construção.
Terror e arte.
✨ Tem horas em que eu só queria ir para um dos universos criador pelo Rhett Dashwood.
🥀 Ou, quem sabe, fazer parte de uma das composições lindas e efêmeras de Raku Inoue, todas tecidas com o delicado da vida.
🦋 Por fim, para quem ainda ficou confuso com o tema da Newsletter de hoje, ela é sobre isso.