"A minha infância na memória é um desperdício"
“A minha infância na memória é um desperdício,
uma imensa fortuna no deserto,
uma flor nas mãos de um cossaco,
um tempo em que julguei nada ter
e tive sem saber o mais importante,
a crença firme de que os anos
me poriam aos pés o mundo inteiro.
A infância é parecida com esses presentes
que se dão às crianças para mais tarde,
dizendo-lhes guardai-os, que um dia
aprendereis a usá-los.
A infância é um presente que desagrada,
porque não sabemos para que é que serve
e, quando aprendemos, já o quebramos”.
{Vicente Gallego, em ‘A infância’}
Hoje não venho com um trecho, mas com um poema inteiro. Um que define o que a infância é em mim: um nascedouro tão repleto de magia, de esperança, de possibilidades que eu, sem o entender, desperdicei um pouco, querendo crescer rápido demais.
Você também?
Hoje me lembro de como diziam que eu era especial, que teria um futuro brilhante e o escambau. Às vezes penso que consegui, que deixaria orgulhoso o meu eu de sete anos. Em outras, tenho certeza de que não. De que precisaria me desculpar com ele.
Mas o que nos aconteceu no caminho? Isso eu não sei. Acho que tem algo a ver com acreditar. A criança acredita. No mundo e em si. Quando ficamos grandes e graves, perdemos isso. Arriscamos menos, apelamos para a segurança, tropeçamos na vergonha. E, assim, vamos derramando pelo caminho um pouco de tudo aquilo que poderíamos ser.
🧠 Esta música me vem muito à mente quando penso no que perdemos ao crescer. Pontos extras para o clipe, já que ele sempre me faz querer ser amigo dessas garotas.
🤗 Esta historinha aqui é um agrado para sua criança interior. Aposto que você vai assisti-la com um sorriso no rosto. Ah, e se quiser dicas de outros livros bonitos assim, dê uma olhada no meu post de hoje.
🪆 Para terminar, estes brinquedos feitos de madeira são tudo que eu queria quando era pequeno! E hoje também.