“Eu preciso da sua graça
para me lembrar,
para encontrar a mim mesmo.”{Snow Patrol, em ‘Chaising Cars’}
Hoje, eu preciso te dar isso, como herança, como confissão:
amar é se enxergar no espelho que há no brilho do olho alheio.
Você terá tempo para descobrir isso ainda, eu sei.
Mas não quero que você se perca perseguindo carros, correndo atrás de sombras, deixando de seguir o seu próprio caminho.
Quando você se apaixonar, a cada nova vez, você vai perceber todas as potencialidades que existem em você. E, então, você vai querer ficar mais bonita. Vai querer engordar, ou emagrecer. Vai entrar para a academia, tomar Whey. Vai querer aprender francês ou algo sobre… mecânica de automóveis, não sei. Você vai tratar a pele e hidratar os cabelos. Quando amar, você vai cantar, mesmo com medo, e você vai escrever poemas.
Sim, porque você é do tipo que escreve poemas.
Você já me mostrou isso agora, aos 8 anos, na mesma idade em que eu comecei.
“Ô Pai! Eu fiz um poema!”.
E já era um poema de amor. Porque, pelo que você disse, todos os poemas são de amor. Este, no entanto, era um poema para mim. Inconscientemente para mim.
Porque você não o escreveu para dedicá-lo a alguém, para expressar o que havia no seu doce coração. Escreveu para que eu o declamasse nos meus vídeos.
E você me fez lembrar, então, que amar vai sempre ser assim:
“Vê como a vida está mais bela,
só mudou sua forma de olhar.
Vê como a vida está mais bela…Continue pensando assim.
Você quer ser melhor pra mim…E acaba melhor pro mundo.
E acaba melhor pra tudo”.{Penélope, em ‘Continue pensando assim’}
Você me lembrou de que eu não posso parar. Eu não posso desistir. Eu não posso sequer retroceder. Porque você está me vendo. Você está me sentindo e assistindo, o tempo todo. E eu tenho inspirado você. O que mais um pai pode querer?!
Vendo meu reflexo no seu olho, eu lembrei do que posso ser capaz.
Esta semana, sua profe mandou um vídeo que vocês fizeram em aula, apresentando um trabalho sobre as cores. Quando a câmera focou em você, eu vi. Vi você endireitar a postura, abrir o peito, armar um sorriso bonito e falar com entonação, com graça, com uma dicção de me fazer orgulho.
Vi você copiar o que eu faço em frente à câmera.
E lembrei de como foi o meu começo, meu embaraço, minha decepção, minha vergonha, meu medo…. Quando você chegou, eu já estava outro, eu sei. Mas me ver pelo seu olhar, ainda assim, fez com que eu me lembrasse de que posso ir além. Posso ser melhor. Posso me cuidar mais, para viver muito ainda, e ver você brilhar inteira.
E foi por isso que eu quis que você gravasse seu poema, não eu.
Para que você percebesse que é minha inspiração também.
Que se o amor é reflexo, eu me vejo em você e quero que você se veja em mim.
Veja o quanto você é linda. O quanto é talentosa e o imenso potencial que tem. E preciso dizer isso porque, às vezes, quando a gente ama, na ânsia de impressionar, podemos também nos perder. Eu já vivi isso demais. Nós podemos acreditar que falta muito ainda, entende?! Que para merecermos amor, precisamos emagrecer ou engordar, entrar para a academia, escrever poemas, gravar bons vídeos…
Não precisamos!
Ainda assim, tudo o que fizermos nos torna melhores. Não para o outro, mas para o mundo, Catarina. Para nós mesmos. Para a vida! É sobre isso, meu amor. É sobre olharmos no brilho do olho alheio para nos lembrarmos da nossa própria graça.
🧸 Essas fotos, de crianças e seus quartos, me fizeram pensar por horas.
👁 Um dia, lembraremos que somos todos um.
🪟 Se a infância pudesse ser pintada em uma tela.
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Catarina é muito expressiva! Bela postagem. Adorei o que "como dormem as crianças mundo afora"! De arrancar lágrimas e forçar reflexões (que Deus as proteja!). Valeu!!